Oh, homem grande
Eu não sei
Não sei se as coisas
Que acontecem no Brasil 
São justas ou não
Um castigo
Para aqueles da votação
Do analfabeto político
Mas também do cidadão...
Oh, homem grande
Eu não sei
Se a justiça
Nos injustiçou somente
Por nossas escolhas
Mas vejo na seiva
Das folhas
Amadurecidas nas cavernas
Que nós
Os homens livres
Estamos com medo de sair
Às ruas
E gritar!
Estamos com medo de tudo
Homem grande.
Estamos com medo de colher
Frutos
E com medo de ver
As árvores florir e crescer.
Brasília e todas as outras grandes cidades
Estão sufocadas
Por uma imbecilidade moderna
Que veio lá do exterior
Pequenos robôs mecânicos que falam de amor.
Mas só do amor andrógeno
Das salas de bate papo
E do sexo virtual.
Falta na rua mais homens
e nas noites claras
Falta o bom luau.
Vamos engrandecer, homem grande,
O deu do alto astral.
Vinguemos a lua
Adoremos o céu.
É preciso que uma energia boa
Corra a terra, espalhe-se pelo céu.
Homem grande
Perdoa a prosa boba
Mas faltam pessoas de fibra
Apontando a direção
Temos um Congresso sem noção
E bobos batendo cabeça na praça
Não em qualquer praça
Naquela dos Poderes...
Mas lá não tem gente,
Brasileiro nenhum, meu Deus,
Apenas seres
Apenas seres
Sem noção...
Eu não sei...
Eu não sei...
Eu não sei.

Sidiney Breguêdo
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