Vou de chinelos velhos, bermuda surrada, camiseta folgada
Levando a tiracolo o velho vinil do Agostinho dos Santos
Aquele que contem a canção “A Noite do Meu Bem”
Para ouvi-la usaremos a velha e prestativa radiola
Se puder estique a rede, minha primeira sede
quero matar da agua de um coco-da-praia
Não precisa vestir-se totalmente, mas oculte
sua beleza intima, deixe-me imagina-la , desvendar
o fascínio escondido, redescobri-lo, levemente a tocar
Tanto tempo faz que não nos vemos, só lembranças
moram em minha mente a seu favor e tão felizes
Quando notei que era você, lado oposto da rua, um porquê
torturou, voce teve que ir, nem pude lhe pedir: fique amor
Durante noites sonhei com a cascata, verde escuro da mata
na rude esteira nós, entregues um ao outro, insolito encontro
Depois disso incertezas, momento que não mais se repetiu
O inclemente tempo carregou de anos o meu corpo
E levou as covinhas do teu rosto quando ria matreira
Estaremos a sós, quero ter você no circulo dos braços, minha segunda sede.
Cabeça refestelada a meu peito e na quietude nos entregaremos plenamente
consumindo as chamas bruxuleantes que restaram de nossa juventude.
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