continuação do poema Jó...
As cinzas foram sua cama, de lama cobria a pele,
na pele fora ferido, lívida, era sua cor,
a dor maior é a alma, as palmas, ouvia à noite,
o açoite de vultos negros, os gregos lhe desenharam!
Entraram e lhe espancaram, nem deixavam ele dormir,
no cochilo dos espantos, ouve os cantos da aurora!
Outrora num leito limpo, em lodo desperta agora.
As noites de espanto e longas,
os dias, horas, minutos?
a dor fere e lhe encaranga,
sua mente está de luto!
Absoluto e decidido,
contido nesta desgraça,
da taça bebia amargo,
largo e tenso eram seus dias...
Num brado de nostalgia,
gemia num abismo estreito,
sem jeito, apela ao céu,
embora em pleno declive,
Confessa ser justo homem,
espera a sua resposta, aposta
dizendo então:
Sei que meu Redentor Vive!
Deus se levanta então...
e lhe faz muitas perguntas:
"Assunta e Me responde":
(Donde, onde, eu nada sei!
Do nada eu fui formado,
Tu sabes e me conheces,
Às preces, escutas bem,
convém então ao Eterno,
Criador e Soberano,
perdoa este humano,
tinha tudo e nada tem!)
Na vida, convém ser justo,
com custo de sacrifício,
sem vício, viver sem susto,
e ter de Deus benefício,
pois depois de todo ofício,
de dias de prova intensa,
vem em dobro a recompensa,
Pois Deus de nada se esquece,
daquele que faz sua prece
Ele sabe quem carece,
peerdão de suas ofensas.
José Aparecido Ignacio *(27/11/2013; 23:40)
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