Pobre homem rico, o mais rico do Oriente,
Há até quem sustente, o mais sábio conselheiro,
respeitado albergueiro, fiel e  obediente,
era ao Senhor temente, foi um grande camponeiro!
 
Nunca na sua vida, desejou algo de outros,
vacas, camelos ou potros, ovelhas, terras ou casas,
pois Deus lhe deu grandes asas...
derrepente um grande estouro!
Como um vulcão duradouro explodiu em rio de brasas...
 
Aquilo que mais temia, deu um salto em seu corpo,
absorto, e abalado, desceu a escada da vida!
sua alma foi ferida desejou ter sido um aborto,
penetrou em  sua alma, das dores a mais doída!
 
Dantes era linho fino que cobria o seu corpo,
pano de saco e monturo, é seu estado depois...
agora eram só dois, ela e ele semi-morto,
 três mil camelos perdera e muitas juntas de bois!
 
Sua adoração fraterna, seu carinho por Jeová
não cancela sua fé, em meio aos sofrimentos,
lançou-se ajoelhado ao pó a Lhe adorar...
em meio ao turbilhão destes acontecimentos.
 
Levaram sua fazenda, levaram suas riquezas,
levaram todos seus filhos, por quem tanto Jó orou,
deixaram-no seus amigos, que comiam em sua mesa,
até sua companheira, quase lhe abandonou!
 
Pobre, humilhado, ao relento,
o vento foi seu consolo, como um tolo
em seu lamento, cinzento de cinza azul,
cuspiam os que ali passavam, chingavam:
velho bichento!
Um velho que a poucos dias, tinha a fama de GURU!

José Aparecido Ignacio
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