Galinhas Trepadeira

Galinhas Trepadeira

Painho sempre foi matuto criado na roça com tatu nunca tomava banho nu.
Sempre calado, calmo, respeitador só teve em sua vida uma mulher que é minha mainha,
Painho é tão humano que não gosta quando mainha, pega as galinhas.
Lá no quintal pra matar. Painho nunca participou dessa matança.
Eu desde criança acompanhava mainha no quintal para matar as galinhas.
Mainha dizia fia... Vem ver pra quando você crescer e casar você saber
Preparar as galinhadas pra seu marido.
 
Mainha pegava a galinha o galo já ficava triste aqui em casa mais tem
Galos viúvo que galinhas casadas
Mainha colocava os dois pés da galinha debaixo dos pés dela pisado forte
Pra galinha não ciscar com um prato em baixo da cabeça da galinha mainha
Já preparava um soco baiano no pescoço da pobre galinha o pescoço da bichinha já caído por causa do soco. mainha dava um corte com a faca
Penso eu que a galinha ainda estava viva e mainha aparava o sangue no prato
 
Até um nome deram pra pobre galinha pernambucana
Galinha cabidela.
A bichinha mainha prepara com todo capricho no final coloca o sangue
Só painho que não faz parte desse banquete que quando painho ver mainha
Indo pra o quintal nos dias de domingo painho já coloca o chapel. sela na mula...
 
E vai pra cidade. Fazer não sei o que? Outro dia desses como no domingo
Painho resolveu visitar seu compadre chegando lá painho foi muito bem
Recebido painho chegou lá ainda era cedo painho foi com compadre.
Washington pescar aqui na Bahia quando você vai visitar uma pessoa.
Você sempre é convidado para o almoço painho nem se preocupou.
Porque sabia que era domingo e mainha ia lá pra matança no quintal
 
Painho ficou foi contente de poder almoça com seu compadre.
Ficou lá proseado a manha toda, pescar que era bom nada.
Compadre Washington falava assim: é compadre esse rio já foi muito bom
De pescar lembra quando nós éramos meninos? Aqueles peixes bons?
Curimbatá, Dourado, Barbado, painho, pois é compadre
 
 
 
E oia que estou com uma fome hoje, sai de casa só com café da manha
A muié foi pra o quintal compadre se incomodar não.
Tu sabes que tu é meu compadre e lá em casa a Zuleide ta preparando oia
Um almoço daqueles.
 
Painho disse que até as lombrigas sorria naquela hora
Pescar que bom nada, mas a prosa tava boa já tinha uns dois meses.
Que painho no visitava o compadre Washington e eles se gostam muito.
Quando deu meio- dia o compadre disse vamos manezinho, é o nome do
Meu painho vamos almoçar a Zuleide já deve de esta com as panelas quiete
E painho todo feliz a barriga de painho rocava e dizia é hoje que como
Um bom cabritinho assado,
 
Chegando lá painho tirou o chapéu foi na bacia lavou as mãos todo contente
Zuleide grita vamos homes venha pra mesa quando painho entrou
Na cozinha e viu aquela cena de não só uma, mas logo duas galinhas.
Trepando assada, reganhada na posição, de assanhada painho falou...
Õ nossinhora do céu quí. Faço eu agora? E se ajoelhou e rezou.
Compadre Washington estranhando aquelas palavras sem entender nada
Disse que isso compadre no precisa agradecer, Zuleide fez de coração.
Não sabia compadre que ocê gostava tanto de uma galinhada?
Painho sem jeito suava frio, mais painho não sabia como Zuleide fez aquela.
 Galinha, painho nem pensou na galinha da mainha, para não desagradar.
Seu velho amigo e compadre de muitos anos quí não sabia que painho
Nascido e criado na roça baiano não comia galinha nem matada nem assada
Nem cozinhada...   
Painho sentou-se rezou mais uma fez e comeu a galinha
 
Quando painho chegou em casa e contou pra mainha essa historia
Mainha só sorria e dizia ta vendo meu veio nem sempre todas as galinhas são
Iguais. tu ao menos comeu duas nós aqui nem galinha comemos..
Painho pergunta por que muié? mainha responde e tu pensa que é todo
Domingo que aqueles galos ciumentos deixam nós encostar-se ao galinheiro?
E painho pasmo com a barriga cheia disse assim:
Mas, muié porque tu não pegaste ao menos uns ovinhos...
 
ASS: Baiana do bem-bom
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

  

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