ENQUANTO TECLAMOS...

LUIZ HUMBERTO – (22-08-2013)
 
Não há o que dizer. O que procurar dizer...
Tudo e nada se encontram escondidos na certeza da incerteza.
Para cada busca, uma parede compacta turva-nos a visão.
Lá fora há o mesmo medo que há aqui dentro.
Tudo se misturou a ponto de ser impossível a desmisturização.
O joio agora se assemelha ao trigo – massa homogênea.
A fumaça se assemelha á brisa e esta á névoa.
A visão encurtou seu poder de mui longe avistar...
Os cristais mais se parecem com pedregulhos polidos artificialmente...
Os nossos pés por mais que se esforcem não acompanham os passos da nossa própria  ganancia...
A incredulidade ganha força sobre o credo nativo.
A grande Sibila já não mais sibila a sua sibilante canção...
Os párias são porcos da existência endomingada...
A vitrine é composta por desejos financeiros...
A crença está ligada á necessidade do sucesso...
O corpo separado está da alma primeira...
E a verdade busca seu espaço dentro da sua origem.
E originalmente TUDO é cópia fiel de um estado anti-cosmopolita e anti-parnasiano...
E a poesia se revela por debaixo do capacho... um escracho...
Não há muito que ler... O que compreender...
Tudo está consumado - codificado – sacramentado – como:
O MANTO INVISÍVEL DA INDISSOLUBILIDADE SOLIDÁRIA...
A RAÇA HUMANA BUSCA DESESPERADAMENTE GRAÇA NA DESGRAÇA.
F I M

LUIZ HUMBERTO
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