DE LUIZ HUMBERTO
O TREM PARTE PARA O SEU DESTINO
LÁ ATRÁS, NA ESTAÇÃO, FICA O MENINO
ERGUE SUA MÃO NUM ACENO DERRADEIRO
QUISERA ELE NÃO TER SIDO O PRIMEIRO
A SER SEPARADO DE TODOS QUE O CERCAVAM
MAS NÃO FOI SUA ESCOLHA. SEPARARAM-NO.
SEM SE DAR CONTA DA SUA TRISTEZA.
COMO QUEM SEPARA O ISSO, DAQUILO.
SEM O QUESTIONAREM – NA MAIOR FRIEZA!
APENAS RESOLVERAM POR ELES MESMOS QUE ASSIM SERIA
E, ARRUMARAM AS COISAS, OS MÓVEIS EM POUCOS DIAS...
E EM POUCOS DIAS, TODO O MUNDO DO MENINO
SE DESFEZ. SE DESINTEGROU. DE GRANDE FICOU PEQUENINO.
DE TUDO O NADA. DO CHEIO AO VAZIO.
E O MENINO SEM ENTENDER, SENTIU
QUE NADA PODERIA FAZER, SENAO ACENAR O ADEUS
AOS ÚLTIMOS SONHOS SEUS. AOS AMIGOS SEUS...
E ATRAVÉS DA CORTINA DE FUMAÇA
DESEJOU ENCONTRAR GRAÇA EM MEIO A SUA DESGRAÇA...
E O TREM AO LONGE APITOU
E O MENINO DE LONGE MURMUROU:
--LA SE FORAM MEUS VELHOS SONHOS,
O VELHO TREM CARRANCUDO OS LEVOU... MAS,
O TREM ABESTADO, NEM PERCEBEU QUE O SONHADOR AQUI FICOU... (30-07-2011)
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