Por que a estrada ficou tão estreita de repente?
Era dia e o sol transportou-se para outro mundo.
Era esperançoso e as motivações arruinaram-se com um sopro.
Não há muito por fazer quanto a isto, não resta nada.
A minha cordialidade com tudo tornou-se ilegível.
Meu peito passou o dia aos frangalhos, por pouco não saí gritando. Espirrando minha fraqueza por todos os lados.
Meu coração está impenetrável.
Várias das muitas coisas que fazia,
perderam o sentido hoje, para sempre.
Diversas expectativas escorregaram como lágrimas
no meu rosto febril.
Lágrimas caiam, sem que eu pudesse contê-las,
eu não tenho o controle.
A tortura silenciosa foi indisfarçável.
A mágoa fora irreprimível.
Eu nunca fui forte.
Desbotou-se todo o colorido da estação,
toda a singeleza das palavras um dia dedicadas.
Contaminei-me de verdades abstratas,
de irresoluções mórbidas, de uma infertilidade inflexível.
Contemplei por um vasto tempo o meu interior destruído;
e reencontrei-me com uma magnitude inseparável e indissolúvel.
Que há muito não sentia.
Era alguém, dentro de mim,
que me destituía toda a glória de um recomeço,
que me embolava em planos inexistentes,
que me beijava com horrores salientes,
que me abraçava, me envolvendo em temperaturas insuportáveis,
me sufocando com uma angústia inconsolável.
Superável todas as adversidades são,
incorrigível, alguns erros serão.
Quando a estrada se ajeita?

11/01/06