Hoje em frente ao espelho,
Observando o sulco oleoso de meu nariz,
Pensei meio triste e feliz;
Em quantas lágrimas ali rolaram.
Lembrei-me de todas elas, uma a uma.
Lágrimas são como homens,
Existem as que são feitas de alegrias
E as que são construídas com tristezas,
Mas assim como os homens todas tem certa beleza.
Das que por ali passaram algumas delas eu as comi,
Sim, pelo canto esquerdo e direito de minha boca, eu as comi!
De mim nasceram e a mim voltaram,
Tal como os homens que do nada vêm e ao nada voltam!
Cada lagrima que ali correu em sua individualidade
Em nada me feriram ou plantaram felicidades em meu coração!
Mas todas elas em um conjunto! Aquele oceano salgado e morno!
Sim essas águas Sarracenas me marcaram!
Não moldaram apenas o sulco de meu nariz,
Marcam minha memória, meu sentimento,
Eram os gritos de tudo que ganhei ou quis!
São elas como os homens,
Constroem e destroem a cada dia o seu nada,
de onde vem e para onde voltam!

Kosby
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