Meu Deus,
O gado DEFINHA no PASTO,
As crianças com olhos APÁTICOS
Brincam com o BARRO tentando BURLAR a FOME
Aqui ninguém tem nome,
Aqui ninguém tem nada
Minha Nossa Senhora,
O Sol CASTIGA sem COMPAIXÃO,
RACHA o CHÃO, a CARA
Que as LÁGRIMAS desse POVO
Vire CHUVA minha MÃE,
Que esse SERTÃO vire um IMENSO e ETERNO oásis,
Pois a SEDE nos ARDE.
Entre CARCAÇAS esse povo REZA o TERÇO
E seus APELOS se transformam em POESIA
Ó minha VIRGEM MARIA,
Toda a PLANTAÇÃO está MORTA
Até aquele CACHORRO com a SALIVA GROSSA
Pede MISERICÓRDIA,
Até o MANDACARU tem SEDE,
BENDITA seja essa PLANTA.
AH meu DEUS,ainda tem as DÍVIDAS,
O BANCO EXIGE que a gente PAGUE essa CONTA.
Tatiane Correia Silva - Compositora/Poeta (SALVADOR-BA)
© Todos os direitos reservados
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