diário de um Mendigo


                                               Diário de um mendigo
 
Sou eu um mendigo
Meu teto é a marquise de uma calçada
Meu chão seguro são pedacinhos de cimento escuro
As paredes que dividem a minha intimidade
São pedaços de papelões com marcas de propagandas com vaidade.
Meu colchão são pedaços
De pequenos novelos de algodão
Meu travesseiro são restos de lá trazidos pelo vento ao chão.
A noite cai
Minha vida sofrida sai
Mostro-me para a sociedade
O que é ser mendigo de verdade.
Pessoas passam indo e vindo seguindo sua vida
Olhando e desprezando uma criatura sofrida.
A fome chega
A boca seca
O estomago ronca me dando bronca
Ai,
 Em um momento doído estendo o prato
Dizendo em breves palavras “uma esmola, por favor,”!
Sem pena e nem dô
Sou eu um mendigo sempre só.
José Renato da Silva Junior
 

José Renato da Silva Júnior (Ubaíra
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