CORPO FEITO DE CHUVA


Procuro um abrigo
Minhas esperanças se perdem no vazio
Só tenho esta noite
E já é tarde
Meus olhos se desfalecem diante a escuridão
Minha boca se perde num grito seco sem futuro
Minha existência se cala... Em sofreguidão...
Na esperança de ouvir o teu... Tempo...
Clima... Ainda mudo
No vazio... Nada acontece... Tudo em vão
Só tenho esta noite
E já amanhece
 
O sol... Cega o esconderijo da chuva
Gostas de minhas lagrimas...
Transformam-se em arco-íris que feliz se entrega
As vistas tuas
Como num sonho que apaga o sonhar
Tudo logo desaparece
Meu corpo adormece... Sem perdão
Pros devaneios meus...
A chuva lava, mas não pra morrer.
E tudo renasce... Num corpo que não nega...
A existência da vida e do prazer.
Só tenho esta noite...
E ao vento sigo tua curva
Nada nunca escurece...
Diante um... Corpo feito chuva

Neila Janeia
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