O tempo luta vil e em covardia... Talvez a inveja seja o que lhe mova, mas bravamente a força da estrutura desvela histórias de plebeus e nobres...
Quem nunca ouviu falar daquele escravo que construiu fiel e resoluto a fortaleza que em paredes fortes abrigaria a linda senhorinha com quem ele brincara em anos áureos, mas que cresceu e foi pra capital?
Voltando, anos depois, mulher casada com um doutor de frágil complexão, o qual deixou viúva muito cedo a, outrora, menina brincalhona...
O negro, ao seu mandado, decidiu fazer co’a experiência adquirida em lida que, contínua, o preparou pra soerguer palácios, se preciso, um casarão pra dona de sua vida...
E com ajuda de uns comandados ergueu o casarão em meio à praça, de frente pra Matriz, onde a senhora, em negro traje, entrava pra elevar a prece que apelava à indulgência, pois em surdina cobrava serviço ao forte escravo, servo obediente!
Os gritos abafados lá na alcova denunciavam outra brincadeira na qual o pobre escravo era o senhor da alvura de uma pele pura e “santa”!
Antigos casarões escondem fatos em suas estruturas que o tempo se esforça pra delir com a história...
Lena Elexias
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