Fase Oral

 
De que importa o formato diante ao conteúdo?
Ou o lugar de onde falo... 
De infinitas formas e infinitos nomes
Se pelo ensejo, o teu artista me faz sentir teu gênio  
E tu te tornas para mim Zênite-tudo!
 
Em Fase Oral, alimento
Não houve atraso nem foi precoce a sucção nutriente
Eu despida de inapetência, de vômito, de ranger ou de silêncio
Divaguei em desvairada viagem de realidade e de imaginação rumo vento.
 
Eu sei!
Na matéria foram teus dedos e um cigarro
A propiciar em percurso recorrido
...Devagarinho, manso, profundo...
Estado-celular-saída
Segundo-a-segundo,
Em cada poro, Vida.
 
Meus lábios bem nutridos de teus dedos
Envolvidos em lisérgica fumaça
Sentem findar a tensão de minha interna fome
Saciando a fase oral que naquele tempo me abraça.
 
De que importa a parte do todo ou mesmo seu nome?
Se nessa hora fazes parte da construção de meu desejo  
Que te confessa timidamente o seu segredo
De me seres novamente ensejo
- nua de todo sentimento canibal -  
A repetir tal experiência primal!
 

 
 
 

 
 
 
 

Nem te aturo nem te seco. Só te vivo no dialético processo, devagarinho, manso, profundo!

Goiânia 16/11/2012 - 22h18m

Emy Margot Tápia Alvear
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