Resta-me valer a esperança
De acreditar que no vazio do mais profundo íntimo, existe uma reserva de sofrimentos incomparáveis...
Não fundados em religião...
Nem em palavras espirituais...
Nem em poetização...
Nem em crenças...
Ou numa frase feita...

Mas sentindo na pele a sombra do descontentamento
No coração a frieza das horas sentadas
No ouvido até especulação de palavras
Na vida uma névoa que não se pode enxergar mais nada

Acreditar que amanhã pode ser muito tarde
De rever as letras que foram registradas na pressão passada
Acalentar o pulso, quando na verdade ele quer chegar à veia da alma
Na janela do oceano que não se conhece verdadeiramente nada

No horizonte ]insondável[ e ]insolúvel[
A tentar reverter os sofrimentos inesperados
De amar... De sonhar... De orar... De esperar... De declarar...
De ultrapassar extremidades e estradas perfuradas...
E cair em solo que não pode germinar, porque não tem decisão própria.

Às vezes os sofrimentos e decepções gera em nosso coração a vontade de nem existir mais...
As pessoas falam... falam... falam...
Mas na hora de mostrar coragem foge na primeira oportunidade...
Daí RESÍDUOS...

No meu quarto...