Para que me serve as pessoas

se elas estão aqui, mas

não as sinto?

Para que me serve o ser

humano se não encontro?

A solidariedade, a beleza

do ser que procuro e não

acho.

Para que me serve tanta gente

se tudo que peço é um momento

de carinho, e eu aqui preso

feito um pássaro na gaiola 

da obscuridade do desprezo.

Perco-me nesse desvão da escuridão

da pouca importância do meu ser

que não tem dinheiro e nem poder

Vivo no desalento da mesmice

dos meus dias e tudo é uma

fantasia.

O sol nasce, brilha como ele só,

tão glamoroso, tão harmonioso,

mas eu aqui no recôndito sombrio

onde tudo é um desvário dentro

do meu ser e tudo parece apodrecer.

José Marcos di Ayres
© Todos os direitos reservados