No matagal crespo
Extenso e verde
Nas ruas vejo
As máquinas que derrubam
Fronteiras de espaço
Em seu longo caminho
Elas não causam cansaço
Mesmo assim desanimam
Águas, então plácidas
Árvores, longas e estáticas
Fauna, doentia, lânguida
Aguardam com maestria divina
E nesse tempo o sol que lhes ilumina
Não se atem a essas palavras
Mas vai se pondo em cada esquina
Pra cada família famigerada
Pela ganância exposta
E mostra isso em resposta
Ao inexato inconspícuo
Que é nada, que é vácuo
Que é o mundo das escolhas
Nem sempre pautadas pela verdade
Desmancha no papel das folhas
Que foram escritas sem propriedade
E na inversão de sua prioridade
Cansei-me desta falsa alusão
Desse poema que não diz “sim” nem “não”
Cansei de expor meus pontos, e antes que se enfadem
Terminarei este mísero conto
Que fiz com a liberdade
Dada a um pobre tonto
Sem noção da realidade.
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