Entre A Boca E Os Dentes

Fascinante olhar, profunda, densa neblina.

Perdi-me na paixão que dele emanava, tanta lascívia e fogo.

Rodopiava como uma bailarina, estonteava, o amor era um jogo

Onde quem mais se apaixonava, mais se perdia na volúpia feminina.

 

Como uma Medéia capaz de por ciúmes, matar os próprios filhos,

Teu beijo estranho e letal levava ao delírio, à dependência.

Era como um vício, dos mais fortes, pois sem eles, rápida vinha a demência,

Rápido os homens se afogavam em oceanos sem brilhos...

 

Eu também fiquei preso ao calor e embalo da tua boca.

Réquiens de insânia invadiram minha alma ferida e oca,

Mas escapei por entre teus belos dentes...

 

Não estava ileso: À fuga não pude sair sem ser dilacerado por tua mordida!

Existem amores que são como vícios: Por mais que definam uma vida,

Melhor é se desintoxicar deles e seus ímpetos dementes...