Toca a guitarra frenética a melodia do tempo
Rapidamente como deve ser.
A música de comédias e tragédias,
De amores eternos e ódios jurados
Os quais se dizem infinitos e permanentes,
Mas que em verdade só são verdadeiros
Naquela fração de milésimo a que chamamos de presente.
Então o beijo de amor infinito que eu dei durou apenas um instante.
O jeito que eu te amei foi único a cada vez que amamos.
Durou uma hora e em verdade foram vários milésimos passados,
Pois em um ato duradouro o que há é um passado do presente...
É assim que vivemos: Presos ao passado.
O presente é tão breve que nem podemos dizer que o passado está longe,
Não podemos nos espelhar no futuro, porque literalmente
O futuro é agora.
E eu não sei se posso me acostumar com essa ideia
De te ganhar e perder todos os dias,
De estar contigo em um passado mais real que o presente,
Um futuro mais presente do que o presente
E só te sentir real por um milésimo de eternidade.
Quão breve é o presente?
Nem sei definir...
Mas prefiro entender que o presente é eterno
Se há um motivo para que ele seja infinito,
Se há um momento que vale por todos os outros,
Então nem me importo em quão breve é o presente...
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