Todos os dias as crianças sofrem atropelos
Enquanto deambulam pelas estradas da secura
Onde o sol ardente as tortura sem devoção
Mesmo com tantas máculas de lágrimas
Notáveis nos seus rostos
As crianças comem sopas de cavalos cansados
Ao baterem com a porta na cara
Com os tarecos às costas das suas vidas
Durante a corrida de sete pés descalços
Contra ventos e marés, as crianças
Engatinham da ponta dos pés `a raiz dos cabelos
E sem vergonha cortam as unhas rentes
Ao alvorecer dos seus dias não ridentes
Ah, ah, ah crianças inocentes
rodeadas de cobras e lagartos
Em águas profundas de bacalhau
E deitam as barbas de molho
Por falta do amor dos seus pais
Que as acusam de serem feiticeiras
Sem provas palpáveis das palavras
Ditas atrás das orelhas dos vizinhos
Enquanto nesta escuridão
o diabo não esfrega os seus olhos
Abracemos as nossas lindas crianças
Elas são as flores do jardim da nação
Se não as ajudarmos,
a porta para o inferno Ainda continua aberta
Quarto de banho
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