O futuro d’amanhã

 Todos os dias as crianças sofrem atropelos 
Enquanto deambulam pelas estradas da secura
Onde o sol ardente as tortura sem devoção
Mesmo com tantas máculas de lágrimas 
Notáveis nos seus rostos  

As crianças comem sopas de cavalos cansados
Ao baterem com a porta na cara 
Com os tarecos às costas das suas vidas
Durante a corrida de sete pés descalços 

Contra ventos e marés, as crianças 
Engatinham da ponta dos pés `a raiz dos cabelos
E sem vergonha cortam as unhas rentes 
Ao alvorecer dos seus dias não ridentes 

Ah, ah, ah crianças inocentes
rodeadas de cobras e lagartos
Em águas profundas de bacalhau 
E deitam as barbas de molho 
Por falta do amor dos seus pais 
Que as acusam de serem feiticeiras
Sem provas palpáveis das palavras 
Ditas atrás das orelhas dos vizinhos

Enquanto nesta escuridão 
o diabo não esfrega os seus olhos
Abracemos as nossas lindas crianças
Elas são as flores do jardim da nação
Se não as ajudarmos,
 a porta para o inferno Ainda continua aberta 

Quarto de banho

Antonio Zau '' Makaveli ''
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