Ao Lar

Naquele momento, olhos abertos,
O medo do escuro e a imaginação.
Sabe dizer-me como é olhar para o negro?
Sentir-se cego pelo menos uma vez?
Ser deus não é ser auto-suficiente.
Ser deus é não precisar de nada.
A esse respeito me falta o qualificado.
 
Balançar o pó sobre a cabeça
Sacudir a poeira.
Detalhes mínimos despercebidos
Fazem uma grande diferença.
Mais um ou menos dois,
Amigos achegados em fotos
E amores surtidos
Em cartas escondidas de um coração vazio.
 
Aquele ponto fixo
Onde o tempo não passa.
A única flor sem pólen,
A última pétala a cair,
De fundo cinzento.
Cenário caótico
Céu ainda azulado
E nada resta no palato afinado.
 
Se o limite soubesse das fronteiras
Ele escalaria o topo do ápice,
Porém não houve quem o advertisse
E este ultrapassou o tempo escolhido.
Na hora de resolver as diferenças
Mostrou-se sábio demais,
Por fim o relógio parou de andar.
Noite e dia já não importava mais.
Todos nós ficamos no balanço do mar
Até regressar em paz a casa.
 
Se tão somente fossemos gênios
Então desejaríamos um mapa a cada um.
Mas a genialidade ficou em casa,
Se restar nem posso dizer
E se a dor de não ter está
Confirmo-lhe em pesar.
 
Querer o longe não é pecar,
Por acima de tudo não é tolice,
Ignorar as adversidades não é inexperiência,
Buscar algo maior não é ser soberbo
Acreditar na minha força é a certeza
De que um dia eu estarei de volta ao lar
Com você, nossa menina, meu orgulho
A volta do bem estar.

A Falta sempre deixa grandes saudades.

Quarto - Thay

Nils
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