No apartamento eu me sinto precário
Sim, precário, numa intensa solidão
Ninguém suspeita, mas o apartamento está vazio
Eu finjo e ouço coisas
Dele, as peripécias com os brinquedos
ou ainda, suas canções melodiosas
Dela, o chacoalhar d'agua
nas louças e panelas vindo da cozinha
O telefone toca...
Mas o apartamento está desabitado
Acordado duma triste vulva hibernal
Adalberto Baptista de Moura
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados