Pensei um instante, pra nós, que durasse milênios
Flutuando livres, naquele espaço aberto e pleno
Num certo nível ao alcance de fragrâncias florais
Quando as liberdades estivessem todas estabelecidas
Então meio ao acaso, me lembrei de ti hoje, sozinho
Como se minha quase caricatura te seguisse ao longe
Se bem me engano, parecerias perdida: apressada e triste
Não eram aqueles dias dos tocantes aconchegos e trocas
Quanto aos enredos que criávamos, onde ficaram
Foram levados por alguma malvada ventania pagã
Fazendo nossos ritos de lua e sol não mais se falarem
Restando só essas preces, de má confissão, em reza vã
Onde estais agora que não te encontro e não te encontrei
Que me deixou nesses tiques, a revolver reparos absurdos
Em conformação desatada, da vil memória insolvente
Num ritual de nadas, depois do perdido
[ e o inútil voltar atrás
Carecia contar-te tudo que pensei, dessa eventual agonia
Em imaginar caminhar: trôpego, sombrio, atrás de sombras
Num equívoco obstinado e tolo contra a premente queda
Nessa postura claudicante entre o salto
[ e o extremo de vazios
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