Se pudesses andar, se pudesses falar,
Se pudesses criar, se tu pudesses,
Se tu tivesses, se tu tivesses amor,
Se tivesses rancor, se tivesses mente limpa,
Se tivesses coração, só não minta,
Por favor, não minta, não faça finta,
Quando contas uma mentira,
Evitas uma reação,
Proíbe o coração de se expressar,
No momento da vontade,
Mas se revelasses sua vontade,
Se batesses se andasses
Criaria, Faria,
Mil e uma coisas, mas não queres,
Não queres criar, não queres amar,
Não queres deixar,
Não queres brigar,
Só queres ficar,
Parada, estancada,
Como um morto,
Defunto, máquina,
Não ages, reclamas,
Não ajuda, mas atrapalha,
Ficas chata, indesejada,
Eis que logo a isolarão,
Tal como a fruta que apodrece no pé,
Irás ser rejeitada e cortada,
Serás totalmente esconjurada.
Sentirá-se maltratada,
Dar-se á por coitada,
Quando estiver totalmente abandonada,
E sem sorte procurará a culpada,
Pois a culpada é você,
Que se privaste do inesperado,
Que negaste a verdade,
Não deste vazão ao sentimento,
Escondeste o abrupto aflorar de suas paixões,
Tentaste minimizar o incrível,
Seguraste o insegurável,
Tentaste matar o imortal,
Passando toda sua vida vivendo,
Como aquela que é tola,
Procurando na vida de outros,
O consolo para seus medos,
Fingindo nunca ter sentido pavor do futuro,
E medo do escuro,
Escondendo todas suas vontades,
Acabando quase por bloquear suas virtudes,
Que por serem tão intensas,
Fizeram por si mesmas,
Com que você acordasse,
Desabrochasse,
Se tornasse tão linda, bela,
Naturalmente meiga,
Graciosa, apaixonante,
Como somente você pode ser,
Como um belo Jasmim que aflora,
Você se tornou uma visão que agrada a todos,
Possui tal determinação,
Que nem o girassol,
Que persegue o Sol durante toda sua vida,
Em todos seus dias,
Pode se comparar,
Sua chama sempre acessa,
Está sempre ao vento,
Não mais se esconde,
Mostra-se ao mundo,
Expõe-se com tal clareza,
Que os faróis do mar guiando as embarcações,
Ficam a lhe observar,
Como puras e justas que são,
As luzes dos faróis lhe dão valor,
Porém não há valor neste mundo,
Que se possa comparar,
Com seu real valor,
Que é como estes versos que humildemente escrevo,
Não possuem fim,
Como você assim,
Se tornou para mim,
Algo infindável, pessoa amável,
Que não devo tentar classificar,
Porque creio que toda sua beleza, não posso notar,
Andei pelo mundo incrível da imaginação e do pensamento,
E voltei com uma resposta,
Todas as coisas que posso notar,
Tudo aquilo que posso perceber,
Nunca será capaz de totalizar algo assim,
Como você é pra mim,
Somente posso lhe desejar muita felicidade,
E que sua vontade seja sempre a mais justa e mais clara,
Pois com clareza lhe digo que confesso,
Essas palavras não têm fim,
Não por erro de cálculo,
Ou alguma lei da Física,
Mas simplesmente não tem fim,
Simples assim,
Como você pra mim...

Ronaldo Mendes Salles
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