Passei o dia observando
Através da minha janela
O outro lado da rua
Onde havia uma casa velha
Com vitrines empoeiradas.
Era uma casa de penhor,
Todos passavam curiosos
Inclusive um senhor.
Este não se aguentou
E foi ansioso entrando,
Já era bem grisalho
De um andar estranho.
Com o semblante espantado
Saiu depois de um tempo
Algo ali foi penhorado...
Desci à rua para saber
Sobre a casa de penhor
O que eu poderia vender,
Se poderia trocar a minha dor
Por aquilo que o presado senhor
Trocou ali, muito entristecido.
Fiquei sabendo de uma rosa
Que o grisalho ali deixou
Por apenas uma prosa
Com o simpático vendedor.
Este senhor não havia dívidas
Que precisasse penhorar..
Só tinha uma promessa
Não cumprida, de amar.
Passei ontem ali pela barra funda, pinheiros, lapa, e vi numa rua perto do Palestra Itália uma casa de penhor que me chamou muita a atenção. Em sua faixada havia um letreiro escrito "Casa Velha", como o conto de Machado de Assis. Suas vitrines eram como eu descrevo na poesia, empoeiradas. Dentro havia uns móveis bélissimos de madeira, e um vendedor com jeito de simpático. Notei um senhor entrando na casa, e comecei a imaginar o que aquele senhor gostaria de penhorar. Deu nessa poesia. rs :)
Gabrielle Portella
© Todos os direitos reservados
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