Hoje eu digo basta

Pra minha alma gasta,

Pra bancarrota

De minha esperança rota,

Pra minha tristeza fútil,

Para meu pranto inútil!

 

Para o desgosto

Que fere com rugas meu rosto,

Para a indiferença

De quem riu de minha crença,

Pela dor

De quem não teve amor,

Pelo desdem

De alguem-ninguem!

 

Hoje eu lamento

Ter gasto meu tempo

Com tanta crendice,

...que tolice...

Que desperdício

Todo aquele sacrifício,

Que bobagem amar

...e chorar...

 

Que azar

Não ter visto o tempo passar...

 

Nair Damasceno
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