COLATERAIS EST . . .

 

Expande-se   inflamável   fagulha,  de incêndio  espontâneo.  Queima !

Tua  face  aparece  assim,  as  vezes  chama,  outras  vezes  fumaça

Que  se  esvai   nostálgica,   lenta,  dissolvida   em   vidas  torturadas

Ou   retornando   naquela  imagem  ameaçadora  de  inimiga   memória 

 

Oh !  Quem  sou  eu . . . quem  sou  eu ?  Entremeio  visões  decaídas

Guardadas  nas   impossibilidades  dos   meus   inrracionais  desfechos

Que  me  precipitam   como  avalanche  de  mil   pedras  e  escombros

Soterrando   em   vala   funda,   pretensões   mal   feitas  e  desfeitas

 

Seguir  nessa   febril   inutilidade  existencial  é  doença  que  ressurge 

É   contaminação   provocadora,  feixe   sem   alívios   nem   sossegos

Apenas  confirmação    árdua    da    presença,   em    transe   inverso

Reafirmando  a   hora   errada  do  instante,  sem  jeito  e  sem  trégua

 

A  mente ! Ah ! Esta  gira . . . e  há  no  delírio,  carrossel  de  espelhos

Circulando  livremente,  refletindo  imagens  minhas  com  a   de  outros

Súbito,   restando  apenas   meu  aparente  eu,  ele  trinca;   parte-se !

Ao  meu  redor,  colaterais   estilhaços,  todos...todos  pedaços  de mim  

 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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