Onde escondes teu eu ?
Que tanto obscureceu-me
ao anunciar aquele oblíquo adeus
Naquela exata decisão onde
oscilou a leve tessitura do meu coração, quase em pedadços
que de tempos em tempos foi esvaindo-se
ao passar a carregar o peso da dor e da saudade
Sou aquele que desliza, ainda que trôpego
em ti nos meus pensamentos, a perseguir-te
sem lograr sequer um gesto, que abismava-te
ao meu peito
O amor que pode quase tudo
sucumbiu ante a quiméricos tesouros
junto a sede da cobiça, na tua
permuta infeliz pelo tédio
Coração enfermiço de aflição,
da alma vazia; reprime um grito
disfarça uma angústia e refaz de ti
pra mim do que fomos, sem ser de quem ao
meu lado adeja, perdidamente avulso . . .
Adejar significa a situação em que os pássaros pairam no ar, sem siginificar que estejam planando somente, porque de quando em vez oscilam com indecisão . . .
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