Esta é a "estória" de um cidadão,
Que nunca cometia bobagens;
(Era um homem de fina linhagem,
Possuidor de rara inteligência)...
Era polido, versátil, educado,
Sincero, leal, determinado,
Era um cidadão por excelência!
Era dos mais finos cavalheiros,
Que alguém já pudesse ter notado;
Era, por isso, muito invejado
Dono de absoluta altivez...
Vivia só, num grande castelo,
Cultivando a arte e o belo
E jamais perdia a sensatez!
Indagado, um dia, qual a razão,
Pela qual ainda não se casara
Ele, polidamente, confidenciara,
Que era de "caso pensado"...
Morreria solteiro, se necessário,
Mas não faria papel de otário
E, desta forma, deu seu recado:
...A mulher com a qual eu me casar,
Não poderá ser uma interesseira;
(Não poderá ser uma namoradeira),
Aliás, nunca ter tido namorados...
Deve ser uma mulher imaculada,
Não ter sido, jamais, tocada,
Nunca ter sido beijada, nem beijado!
Um belo dia, porém, algo ocorreu:
Ele foi visto acompanhado;
E todos ficaram apalermados,
Com a beleza da sua acompanhante...
Ele fora, finalmente, "fisgado"
E o casamento fora marcado,
Quase que no mesmo instante!
E foi o acontecimento do ano!
(Com toda a comunidade presente)...
Ele, todo solícito e contente,
Ela, distribuindo simpatias;
Era um casal dos mais comentados,
Fazendo prevalecer o ditado,
Que tudo, na vida, tem seu dia!
Como ele jamais se embebedara,
Não podia imaginar os efeitos
E foi assim que, meio sem jeito,
Ele bebeu algumas goladas...
Descuidou-se e, num passo mal dado,
Por um triz, não morreu afogado,
Ao cair na piscina,... gelada!
Foi quando ela, sem titubeios,
Pulando n´água... o resgatou;
Ele, agradecidamente, perguntou,
Onde foi que aprendera a nadar...
Ela cheia de sí, aos requebros,
Deixou "escapar" o segredo,
Que sempre zelara em guardar:
...Morei, muitos anos, na Itália
(Foi lá que aprendi a nadar);
E adorava me destacar,
Fazendo tudo com muito brilho...
Eu fui prostituta em Veneza,
Mas, como profissional que se preza,
Eu só atendia a domicílio!!!
© Todos os direitos reservados