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Bato no vidro
-Sou eu. Deixa-ne entrar.
Não me deixes só estampado na tua face.
Quero-te ver por dentro,
Ver teus armazéns,
Onde guardas  imagens
Dos que em ti se refletiram,
Choraram e riram!

-“Não, diz-me o espelho,
Só permito que em mim me vejam,
Nem novo nem velho entram no meu espelho.
Gosto de ver as mudanças
Dos que em mim viram esperanças!
Sou apenas um espelho
Que a jovem ou a velho
Mostra as mudanças por fora,
Não por dentro!
 

Sou como um livro;
Ninguém entra dentro dele,
Só o lê,
 

Em mim, espelho, a gente só se vê,
Mas,
Ambos podemos causar embaraços:
Podem rasgar-nos
Ou partir em pedaços!”
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Autor deste original e inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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