Meu querido amor!
Não acredite jamais
Que o tempo possa
Um dia apagar
Essa chama que incendeia
O meu pobre coração.
 
As cordas do meu violão
Podem até desafinar!
E a voz desse seresteiro
Há de em fim silenciar.
 
Mas enquanto existir
Uma flor que seja
Em um jardim qualquer,
Há de existir primavera!
Enquanto existir
Pena, papel,
Uma história a ser contada
E um brilho no olhar,
Haverá um poeta
E uma poesia a ser cantada.
 
Enquanto houver sangue
Pulsando em minhas veias
Haverá em meus lábios
Um suspiro apaixonado
E um beijo molhado
Em minha boca.

                                      

Abner Poeta
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