No grande espelho da vida
Vivo a procurar meu rosto
Labirinto sem saída
Sem estrada, sem porta, sem porto.
Vivo em busca infinda
Procurando identidade
Não encontrei a cidade
Que por acaso nasci
Também não achei estado
Não encontrei um país
Se não tenho identidade
Talvez por que nunca a quis
Quiseram me rotular
Preferi ser Zé sem nome
Quiseram me dar um número
Não aceito codinome!
Quiseram me dar família
Ouviram contestação
Da barriga que sai
Não houve uma gestação
Não sou filho de ninguém
Não tenho pai nem país
Nenhum útero me pariu
Talvez eu mesmo me fiz.
CRISTÓVÃO FERREIRA
cristovao ferreira
© Todos os direitos reservados
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