Quando eu partir para terras estranhas
E não ter na face mais sopro de vida
Quero risos, cantigas alegres
Quero danças, não lágrimas sofridas
Quando este corpo não mais responder
E for sugada a vida que tinha
Descartem o choro, tristeza não quero
Pois de tristeza bastou vida minha
Quando este vulto já for um defunto
Quero mil cores na minha mortalha
Jogue os pertences, não quero nada
Pra onde vou não levo tralhas
Quando essa carne alegrar os vermes
E a terra roxa cobrir o que eu era
Soltem foguetes e batam palmas
Pois vida minha foi uma quimera
Quando a matéria se tornar inerte
E eu ter cumprido a minha jornada
Sigam em frente, não olhem o passado
Pois serei pó, já não serei nada
Josélio Borba Ferreira
© Todos os direitos reservados
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