I
Dos grãos da terra houvera criado
De Sua glória imagem e semelhança,
O homem no Seu reflexo sagrado,
No jardim do amor e da esperança.
 
Viu Deus que tudo era bom,
Deu-lhes a árvore da vida o Senhor,
Mas no erro rejeitou este dom
E na queda tornou-se pecador.
 
Deu-lhe o Senhor o sopro da vida,
Mas o caminho do erro preferiu,
A vontade de Deus foi esquecida
E a Sua Lei transgrediu.
 
Tornou-se digno de compaixão,
Porque a morte era seu destino,
Mas foi perdoada a sua transgressão
Pela grandeza do amor divino.
 
II
Todos pecaram, não há um justo sequer,
Da glória de Deus foram destituídos,
Tanto homem quanto mulher,
Longe de Deus, corações destruídos.
 
A morte é o preço do pecado,
Mas a vida eterna é o dom de Deus
Em Seu Filho Santo e iluminado
Cuja vida no madeiro rendeu.
 
Era desprezado e pelos homens rejeitado,
Um homem de tristeza e sofrimento,
Com rostos escondidos, foi humilhado,
Na cruz exprimiu Seu último alento.
 
Ele foi transpassado pela nossa transgressão,
Pela nossa iniquidade fora esmagado,
O castigo que nos trouxe paz em Sua humilhação,
E pelas suas feridas fomos curados.
 
III
Ele foi oprimido e afligido, mas Sua boca não abriu,
Como um cordeiro foi levado ao matadouro,
Em Sua dor, em Sua cruz, um amor servil,
Que nos leva ao descanso duradouro.
 
Humilhou-se a si mesmo até à cruz,
Por isso Deus o exaltou soberanamente,
Para que ao nome de Jesus,
Todos se curvem e sejam penitentes.
 
Da morte Ele se levantou,
Nossos pecados foram perdoados,
A escrita de dívida Ele rasgou,
Seu trabalho foi então consumado.
 
Sobre Seus inimigos triunfou,
Nos Céus Ele foi glorificado,
À direita de Deus se assentou
E Todo o poder lhe foi dado.
 
IV
Na casa de meu Pai há muitas moradas,
Vou preparar-vos lugar,
Mas o Espírito Santo será enviado,
Em meu Nome Ele irá ensinar.
 
Eis que estou à porta e bato,
Se alguém ouvir a minha voz e abrir,
Eu entrarei com coração grato
Para com amor lhe cingir.
 
Estendeu-me as Suas mãos feridas,
Me tocou e apagou meus pecados,
Como um renovo me trouxe vida,
E me mostrou como sou amado.
 
Me tocaram Suas mãos vitoriosas,
Mãos feridas e sangrentas,
Que me salvaram da morte impiedosa

Com um forte amor que me acalenta. 

Michael Jullier
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