VÉUS DE ALEGORIAS

julguei possível
retirar as cores
ilusões dos dias

encarar a realidade,
sem adereços, requintes,
despida das alegorias

ornamentos frívolos
purpurinas e neons
nua a verdade crua

arrepia, amendronta,
apavora suas feridas,
volto às máscaras

cara pintada, roupa larga,
palhaço ocultando as lágrimas,
sorrindo a todos,  chorando no íntimo...


* texto premiado no 1° concurso literário do site Mar de Letras, a ser publicado pela editora Sapere em julho/2011