Um dia, pensaria Maria, e nunca diria
Acordaria do sono no qual languidamente dormia
Alcançaria a porta, abriria a janela
Secaria as lágrimas deparando-se com face outrora bela
Fitaria as mãos delgadas em demasia
Palpitaria num misto de alegria e agonia, que há muito não sabia
No esquecimento, uma lembrança, e um lampejo de sorriso
Se desmacharia pois lembraria, um sofrer infinito fazia o sono preciso
Maria não mais sorriria, mas se acalmaria
Lembraria aquelas palavras doces que no passado lhe diziam
Negaria com vêemencia qualquer saudade
Nesta esperaria encontrar a culpa por sua recém-descoberta idade
Não terá construido histórias, filhos, amor ou família
Pela distração pecou e ainda pecaria
Foi completa nesta feliciade eterna que se fez finita e permaneceu
O mundo seguiu e ela seguiu com seu amor derradeiro, no desfalecer, desfaleceu
Um dia, um sonho, um dia na vida de Maria
Reencontaria o que por sua verdade tomaria
Mas ocultos são os ressentimentos pelos planos complexos e fim perplexo
A brincacdeira antes inocente tornaria o encontro vezes abstrato, outras concreto, para perfeição acenou Adeus
Na realidade descansou em decreto
30.08.05
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença