Sina

Segue o destino
Fadado a palavras mudas
Sentimentos ocultos
Repleto de perigosas lembranças tuas

Na saudade pelo que se foi
Por um amor doado e então negado
Na obrigação de restringir conversas antes infindáveis em forçoso indiferente "oi"
Agonia por não mais tua vida a meu lado

Segue a sina
Encobrir as lágrimas
Tornar transparente verdade, e este tempo não apaga, somente afirma
Lacrar meu bem querer eterno, fingir ter sido consumido pela mágoa

Mas permanece
Fiel, dotado de perseverança própria à paixão
Ainda igual remanesceu e remanesce
Trasbordante de uma certeza não mais possível que ama e odeia a razão

Perpétuo em sua infinidade
Pelas palavras, gestos, olhares, certezas
Decreto homologado por tua crível racional irracionalidade
Intocado no tocante de sua incomparável pureza