foi meu natal de 2010

homens mulheres crianças,

reunidos.

 

forçadamente reunidos.

brusca união.

uma mulher deitada,

calada,

fim da estrada pra ela

mãe dele, mãe dela.

mãe minha,

pra sempre calada,

ignorando o choro

um coro de choro.

 

estranha,

tristeza tamanha,

numa batalha sofrida

terminava ali a vida.

 

na cara

no rosto pálido

o retrato

da esperança de dias melhores

que vão tu deixaste!

um vão sem substituição

não,

voçê não

chora maria,

chora joão.

chora pai,

chora irmão.

 

agora só resta a história

 histórias contadas

de rezas rezadas,

 

infinitas e boas histórias

na face deitada.

e infelizmente calada

na sala

da casa

uma mãe  se cala.

 

e se foi

pra lá

pro lado de lá

onde não posso chegar.

 

não sei oa certo,

pra longe,ou  perto,

no mar  ou no deserto,

 

no céu

espero que esteja,

adeus vida peleja

adeus querida

mãe de minha vida.

 

adeus

eté mais vê

quanto mais eu viver

mais  me lembrarei de você

tomara verdade

nos veremos

em outra cidade.

 

no leste oeste

norte ou sul

nas águas do mar

ou céu azul

nas estrelas

no cosmos do infinito

pra ti construo um lugar

bem calmo e bonito.