Andarilho

Fizeste de mim um andarilho das ruas do imáginario, um inventor de possibilidades, um criador de ilusões,  embora eu  já não possa mais sonhar. Convenceste-me a acreditar na magia das estrelas, no encanto da lua, mas não me avisaste sobre a sua maldição, a de fazer recordar. Deste-me ótimos momentos, que hoje, qual vingadores de sangue, me poem em fuga, em busca de uma cidade de refúgio. Tornei-me um estranho, não reconheço quem vejo no espelho. Transformei-me num prisioneiro, não preso á você, pior, estou agrilhoaodo as lembranças covenientemente editadas pelo meu sub conciente. Como explicar a um cego uma cor? Sem você nada vejo; como posso reconhecer a felicidade?

Monge da noite
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