O céu amanheceu cinzento,
choroso e amargo.
Quase o retrato perfeito de uma criança,
que leva uma bronca feia...
O vento amanheceu sereno,
tenebroso e macio.
Quase trazendo a cabeça,
de algum jazido em sua corrente...
As flores amanheceram sem cor,
sem cheiro e sem beleza.
Um jardim da morte,
que vaga por esta redondeza...
O mar acordou revolto,
imenso e preocupado.
Guardando as lágrimas do céu,
que continua choroso...
A dor do céu criou o laço,
mostrou o caminho.
Agora a conexão entre mar e céu é entendida.
Uma conexão triste...
“O único jeito de ligar os opostos...”
O mundo visto por quem sofre,
é muito cinzento, tenebroso e morto.
O mundo visto por uma pessoa feliz que está triste,
é o mesmo...
“A ligação...”
O mundo de quem odeia e se diverte,
o mundo de quem ama e sofre,
é o mesmo!
São mundos interligados.
“Uma conexão indestrutível...”
O mundo do escritor tristonho,
o mundo do leitor apaixonado,
o mundo de quem se expressa em dor,
o mundo de quem consome a dor.
A ligação extrema dos opostos...
“dor...”
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