ENTÃO, FAÇA.

 

Saiba moça das nuvens...
Fiquei assustado
quando vi , ali do lado,
uma imagem te estampando
em lugares que desconheço.

Bem o sei qual foi o preço
que pagaste por essas viagens!


Abriste mão ( eu sei) da paz,
do amor e de um pouco de sacanagem,
por conta exclusiva daqueles sonhos
que sonhamos
ao par.


Tirar a tua roupa
nunca foi te desnudar!


Então faça.
Faça desta tua história futura,
o conto de fadas da mulher madura
que, a partir dessas eventuais descobertas,
há de acolher estas escaladas incertas
nas quais vislumbrei o cume
do teu corpo.


Sei que encontro-me morto.
Assassinado pela saudade imensa,
que , para muitos deva ter sido recompensa,
já que , mesmo o destino,
pareceu conspirar.
Então faça.
Faça um poema como antes...!
Resgate a beleza da tua retina,
amparando a sina
dessa mulher -linda-
cuja beleza não finda
nem no crepúsculo das Deusas.


Então...
Faça das tuas verdades
as certezas
das quais, um dia, quem sabe,
calem-se as bocas que ardem
só de falarem os nossos nomes.


Você tá longe, bem sei,
mas vê se não some.

Ogro da Fiona
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