Desce da colina a alma flutuante

A brisa leva adiante as formas

Não distinguo bem entre as sombras

É dia ainda, mas a mata é cerrada

Ela está parada diante de mim

Ouço seu rápido suspiro

De repente está ao meu lado

Um rosto branco e gélido

Olhos negros profundos

Uma boca fina no rosto oval

A princípio não entendo o que diz

A boca aberta revela o outro lado

A floresta atrás dela e o caminho de terra

Já escurece e ainda não entendo

Até que, finalmente, acendo a lanterna

Já vejo a lua rápida surgindo entre as árvores

Estrelas brilham aos milhares no céu ofuscante

Finalmente, abaixo a cabeça e concordo

Sigo de volta meu caminho

Não importa o que aconteça, não olharei para trás

A mulher me observa sumir na estrada

Até que eu alcanço o asfalto e sigo

Apertando a lanterna entre as mãos

O mais rápido que posso.

Miriam Azevedo Hernandez Perez
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