Se sofro não é bem pelo que há
Porém pelo que não mais se realizará
Lágrimas transmitem a angustia de uma espera que tem de cessar
Confissões tornaram explícito um sentimento que em parte, em ambos viverá
Sinto saudades pelo que não vai ser
Da certeza de ao teu lado envelhecer
Da família que iríamos ter, os momentos a decorrer
Do vazio deixado por aquele alguém que de tudo esteve e estaria a me proteger
Rezei que tornasse passado
Vivi os dias que passaram e não mais voltaram
Sorri em meio as lembranças que restaram
Quis teu bem num ato de não egoísmo raro
Ainda choro e espero que teu olhar volte e se fixe
Tão forte como outrora, num infinito que persiste
Sofro por saber o que houve, o que há, o que nunca mais se dará,lutando contra o tempo que pelo fim insiste
Lhe prendo por meu amor e pelo teu.Pelo algo só nosso que nunca morreu.Por saber que meu coração e espírito remanescerão sendo teus.Pela certeza não palpável, pelo eterno que de fato existe!
Junho 2005
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença