Por vezes, não sei o que é mais amargo,
se o fel ou uma implacável solidão.
Ainda que desoladora, não indago
por que me assola, antes mergulho
na sua sombra que fugir de seu
embaçado véu.
Talvez a alma simpatize com o obscuro
desse drama, visto que meu ego
encontra-se tão bem aderido às entranhas
dessa espessa solidão.
Ora acho-me envolto por este dissabor,
mas nunca me flagela; ora sugo seus
respingos que dulcissimamente
me enlevam o espírito.
Ó causa de meu mundo inóspito,
suplemento que por natureza é-me
imprescindível,quando aparecerás
para dissipar essa ambigüidade
ou paradoxo que tecem minha vida?
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