Amargura, que sentimento atribulador: maltrata o coração, fere a alma no âmago, destrói o amor.
É, no entanto, essa dor prazerosa que move a existência mortal de um ser que encontra n`alma uma misteriosa paixão imortal.
Passam-se os dias, e a ferida cresce. Nenhum ungüento é capaz de aliviar a dor. Sinto que a cura não vem e fico resignado a sofrer para sempre.
Enquanto se consome o finito músculo de Eros, uma infinita paixão vai migrando para os vastos campos da fantasia. É aí que encontro guarida temporária contra o flagelo devastador da solidão.
Desilusão, que sentimento atribulador: maltrata o coração, fere profundamente a alma.
Melhor seria arrancar esse coração no momento do suplício... Oh, não ! Que perca irreparável tal ato extremo causaria a um homem que tanto ama ! Se o órgão martirizado é causa de tanta dor e gemidos, é também a fonte do que mais enobrece um mortal: O amor.
Evitar as aflições de um desesperançado é como que se opor ao vento em fúria. O amor nasce, vigora no músculo pulsante e floresce. No entanto fazem-no produzir frutos tão amargos que abatem impiedosamente um jovial semblante de um inocente amante.
Oprimir um coração que por si já sofre tanto, é uma covardia muito grande. È uma implacável e cruenta atitude de quem não ama ao um infeliz apaixonado, que tanto te ama.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença