Caminhos do coração

Percorre estrada
De uma só mão
Esta viagem longa
Em disparada, o coração.

A translúcida chama acesa,
No corpo e n´alma,
Intimerata imagem de beleza
Por esta estrada
Iluminada de estrelas.

O tempo todo
Contigo no meu coração
Desperto já fogo
Quase ainda madrugada
Ao primeiro sol
Ainda brando brilhando
Por sobre as folhas
Flavas dos jacarandás
Por entre as flores
Fragranciosas dos arvoredos.

Distantes das pessoas incompletas,
Incipientes e repletas de medo
Da inveja e do nó dos amores.
Que em tudo que é ser sempre há
Até nos animais de mata adentro
E nas sementes que vão ao vento
E que os homens teimam em suplantar
Dissimulando entre os dedos das mãos.

É estrada de uma restrita via
Luas da noite
Luzes do dia
Sementes esparramadas pelo chão
Das mentes frias
E quase um pouco tarde, sábias.

Todavia, por hora, ocas.
E, nos céus de tantas bocas,
Uma aguçante sede
De todo cálice que umedece
Os poros, os olhos e derrete as lágrimas
E esborroa as palavras
Retidas a uma légua da garganta.

Dentre quatro paredes
Que ponto-a-ponto
completam o mundo.

É estrada de ímpar entrada
E de indevassável saída
O dom da vida.

Esta graça eterna por existir
Vontade de vencer os obstáculos
Ansiedade de aplaudir todo espetáculo
Que nitidamente existe em ti

Aspiração de explodir os grandes ideais
Anseios de me dispersar do físico
Para sereno passear por caminhos
Ser contigo o que sem ti serei jamais.

Sentir-me-ei imensamente mais feliz
Quando sanares, contudo,
Todas as tuas dúvidas
Sobre o meu amor por ti;
Prometo, sobretudo:
Empenhar-me-ei absoluto
Para nossa vida no ápice.