DESCOBRI
Descobri que ficar triste, que chorar de noite,
que ficar embaixo do chuveiro e misturar lagrimas com água,
Faz acreditar que o amanha é como o horizonte
não revela o outro lado,
mas não esconde que existe.
Descobri que brigar, sentir ódio, bater a porta,
rasgar fotos, cartas e deletar e-mails,
Faz sentir mais dor, mais medo,
faz o horizonte sumir e a alma morrer.
Descobri que sorrir, que abraçar ate sentir o calor do corpo,
que olhar nos olhos e declarar amor,
Faz o brilho da luz da lua e da luz da rua, clarear a alma,
os olhos e o caminho que antes parecia não existir.
Descobri que olhar a lua em noites frias
lembrando de momentos felizes do passado,
que se aquecer num pulôver velho
sob a neblina que cobre as folhas,
que olhar a luz da varanda tímida
pela noite de inverno,
que requentar o café da tarde
para não perder o espetáculo da noite,
que bater os dentes resistindo o frio
só pra lembrar os bailes dos sábados
do passado ouvindo os Beatles.
Faz sentir a juventude voltando
sobre os cabelos brancos e a pele enrugada,
e o sorriso alegre revigorando a alma.
Descobri que conheci de verdade o amor,
que em todas as formas de lembranças...
Eternizei o passado para viver o presente.
Lira Vargas 03/2008
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