Vejo o gesto
Mais corajoso e mais lindo,
Que um dia alguém realizou.
Foi por mim, foi por amor!
Sinto o cheiro
Do sangue precioso derramado na cruz,
Sangue que limpa,
Que purifica o meu ser.
Vejo Ele,
Esvaziado da Sua condição,
Esvaziado da Sua glória,
Esvaziado de si mesmo.
Não entendo o tamanho deste amor,
O tamanho desta graça.
Tamanha virtude
Me constrange.
Ao derredor,
Rostos cabisbaixos,
Revelam arrependimento,
Dúvida, detrimento.
Ouço o barulho do vento
Assoviando... assoviando
Sobre Aquele corpo ferido e semi-nu,
Aquele que mesmo sendo justo, nada falou.
Percebo conversas paralelas,
Que falam de angústia e dor,
Ouço soldados sorrindo, zombando,
E humilhando, O que estava pregado sobre a madeira.
Ouço uma voz,
Que vem de outra cruz,
Uma voz que, de coração, pede perdão
E pela fé, obtém a salvação.
Ouço um repentino grito,
Que expressa vitória,
Que revela vida e graça.
Está consumado!
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