O jovem e a felicidade passageira

Sem fazer nada e sem ter o que fazer, o jovem Ricardo entra no mundo digital em busca de algo para fazer.
O barulho anuncia, sua conversa constante entrou.
Oi ele diz. Olá ela responde.
Uma conversa nada a ver, mas ele percebe que ela entra sempre quando ele está. Ela diz estar na lan, por não ter velox em casa. Ele ri e acha engraçado aquilo.
Então o inesperado acontece: o encontro é marcado.
Uma coisa para se fazer! Um acontecimento após o terrível cometa.
Era uma tarde quente, daquelas de ferver a cabeça.
Os dois se olham, parecem analisar o movimento do outro. Não sabem o que fazer, o que falar ou o que pensar.
Só se sabe dessa história que duas semanas depois ele estava no sofá da casa dela falando com a própria mãe de Elen.
Frio na espinha ele só sentiu quando Valéria disse o terrível não, ali no sofá ele sentiu um calafrio.
Era diferente, ele sabia não amar perdidamente Elen, mas sabia que seria uma forma de viver com a angústia de sua incompetência com Valéria.
Um relacionamento para esquecer outro. Coisas de pessoas confusas.
A felicidade veio, acontece e surpreendeu a todos.
Pessoas opostas com um objetivo comum: superar cometas de suas vidas.
Até que durou pensa Ricardo enquanto delira de febre na cama.
Mas o invitável acontece: a felicidade vai em bora. Em seu lugar? A falta de ânimo por não existir o cometa presente no dia-a-dia.
Elen diz estar pensando em acabar com o relacionamento tão estável. Ricardo sabe que não tem futuro ao lado de Elen, mas tem o comodismo de tentar manter a situação. O dia chega.
Uma tarde de sábado: chuvosa, fria e estranha.
O telefone não despertou pela manhã na cabeceira da cama de Ricardo.
Ele não acordou tão radiante como sempre acordara.
O ônibus para ver sua namorada demorou mais que o esperado.
Uma recepção fria.
Um olhar morto.
Um sorriso amarelo.
Ao olhar Elen esboçar essas ações, Ricardo sente que chegara o momento: acabou o comodismo.
Ele senta no sofá, o mesmo que deu início a tudo e ouve que chegara ao fim a felicidade que já não existia.
Elen diz que é o fim, Ricardo olha. Ricardo pergunta se será mesmo o fim, e Elen diz que sim. Elen chora lágrimas que mais parecem rios intensos e volumosos. Ricardo a afaga.
Ele vai saindo, voltando a sua vida normal. Elen o impede, o abraça, o beija!
Ele agradece, ela sorri.
Mas ambos sabem que o que aconteceu não passou de uma tentativa de criar um cometa para cada um deles.
E a pergunta que se passa na mente de ambos é: será que o cometa voltará?

Texto que trata de uma aventura passageira do autor...

Em lembranças do passado próximo...

Leandro Marlon
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