O ENTERRO DO PINGUÇO

No mês de junho passado
Foi relatado um assunto,
Sobre o velório do bêbado
Que transformou-se em “presunto”,
Contou-se coisas engraçadas
Que envolveu o defunto.
 
Foi relatado o velório
Como também o cortejo,
Sofrido pelos amigos
Cumprindo o ultimo desejo,
Do velho bêbado sem vida
Do sangue de percevejo.
 
E prosseguindo o cortejo
Chegou o fim do caminho,
Seu endereço escolhido
Pra enterrar o bebinho,
E muita coisa acontece
Neste tão curto tempinho.
 
Em fim chegava o caixão
Á porta do cemitério,
Foi incumbida a rezar
A filha do Zé Lutério,
O velho terço e rosário
Sem esquecer um mistério.
 
O velho portão abriu-se
Pra dar passagem o defunto,
Seguiu com todo cortejo
Sem desviar do assunto,
A ladainha é cantada
E todos respondem bem junto.
 
No meio da reza um barulho,
Desconcentrando a galera,
Era o Geraldo de Dora
Com sua velha paquera,
Escorregou no barranco
Caindo junto com ela.
 
Até ai tudo bem!
Nada de mais acontece,
Levantam logo do chão
E a galera o esquece,
Mais outro grito é ouvido
Outra pessoa padece.
 
Era Chiquinha Portela
Uma velhinha dengosa,
Sem espiar para frente
Botou um pé numa cova,
E enterro-se ao meio
Pois a covinha era nova.
 
Correu dois bêbados apressado
Pra socorrer a velhinha,
E esqueceram a altura
Que separava a Chiquinha,
Ficaram os três atolados
No meio daquela covinha,
 
Mais três sujeitos correram
Pra socorrer os amigos,
E a tragédia começa
Se transformando em perigo,
Foram enganchados na cerca
Deixando os três bem sofridos.
 
Mas tudo se harmoniza
E vai voltando ao compasso,
Com exceção do caixão
Que foi levado no braço,
Pois despencou, foi ao chão,
Deixando a tampa em falso.
 
Ao ser levado pra cova
Uma das alças se arranca,
Virando assim o caixão
E desprendendo da tampa,
Foi despejando o defunto
Junto da base da rampa.
 
Êta!  Agonia danada
Pra ajeitar o defunto,
Pois os dois pés se abriram
Não quis ficar os dois junto,
Teve risada e piadas
Dentro do triste assunto.
 
E foi assim o enterro!
Desse caneiro sem rumo,
Desculpe algum pé-quebrado
Peço desculpa e assumo
Pois não escrevo faz tempo
Nem mesmo assim pra consumo.
 
ESCRITO POR: ROBERTO RIBEIRO (ROBERTO SALES)
10 /10 /2008


 

 
 

 

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